terça-feira, 19 de maio de 2015

9 dias, 9 etapas, 9 conclusões.

Escrito por: Diogo Martins

1.      O domínio inicial de uma Orica GreenEDGE com estratégia e especialmente competência. Depois de ganhar o Contra Relógio colectivo com já estamos habituados, conseguiu ainda ganhar a 3ª etapa com Michael Matthews, tendo andado de Rosa com 3 homens diferentes, Simon Gerrans, Michael Matthews e Simon Clarke; e por pouco que Esteban Chaves não consegui ser o quarto corredor a envergar a liderança.


2.      Do Fundo à Ribalta. A Lampre-Merida consegue ser a pior equipa de World Tour na 1ª etapa, como consegue ser apenas melhor que uma humilde Androni. Por outro lado e vingando-se de um mau começo, logo na 5ª etapa, Jan Polanc, e dois dias depois Diego Ulissi, na etapa mais longo e considerada a etapa clássica, vence sem que ninguém lhe desse favoritismo. Será a Lampre capaz de vencer mais etapas?


3.      Uma Sky com líder(es) e candidato(s) para tudo. A equipa Inglesa foi com intuito de ajudar Richie Porte a vencer esta edição do Giro. Notando-se claramente que está a poupar os trunfos para a 3ª semana, a equipa faz os mínimos para proteger o seu líder. Todavia a Sky sabendo das capacidades do seu “sprinter” Elia Viviani, na primeira tirada plana, após proteger Richie Porte até aos 3kms finais, deixa Viviani em condições para a vitória e respectiva camisola Maglia Rossa, a da pontuação, que deverá ser, tentar pelo menos, para manter até Milão.


4.      Davide Formolo e Tom Slagter. Não são os mais jovens da equipa (Formolo sim), mas são os que deram mais espectáculo. O italiano vence a 4ª etapa de uma forma surpreendente. O Holandês não vence por ter andado demasiado tempo sozinho e a frescura era pouca, mas foi brilhante durante toda a etapa. Com o principal líder Ryder Hesjedal, a mais de 6min de Contador, não será mau investir em fugas, e especial com a juventude.


5.      Um líder, uma camisola e uma etapa. É este o resumo da Astana. Uma equipa tendo um líder como Fabio Aru, confiante e em boa forma, precisa de pouca coisa. Mas para as filheiras Vinokourov, isso é pouco e portanto, temos também um aguadeiro de luxo, Mikel Landa, que podia perfeitamente ser o líder, um atleta como Paolo Tiralongo que a idade não lhe toca, vencendo a ultima tirada quando todos julgavam como entregue a Tom Slagter. Enfim nem é preciso falar dos restantes elementos, pois o líder está sempre rodeado. Será assim até ao final? Ou vão pagar caro este trabalho árduo?


6.      Contador líder e sempre líder. Com a camisola Rosa, a equipa tem que desde inicio controlar as etapas desfalcando Contador no que toca ao apoio essencial nas retas finais de etapas. O espanhol até agora foi capaz de ir sozinho contra os tubarões da Astana, e a realidade é que Contador já está habituado a ser líder e a ter que andar sozinho nos últimos momentos de cada tirada, isso poderá jogar a seu favor.


7.      Sem favoritismo, mas uma etapa e 2 no top10 já estão. A Movistar não era a partida favorita para nada, e próprio director o afirmou. Têm uma equipa consistente e homogénea e isso prova-se com uma boa classificação na geral por equipas, que não é melhor apenas por não lutar diretamente pelo top 3 final. Beñat Intxausti já venceu uma etapa, num movimento muito inteligente na fuga da etapa 8, Visconti e Amador estão no Top 10. Uma coisa é certa, são sérios candidatos a ganhar a classificação da Montanha. Serão capazes de manter este ritmo em fugas e luta pelos 10 primeiros lugar?


8.      A desilusão da semana: Rigoberto Uran era um sério candidato a vencer o Giro. O Colombiano “só” está a 2:10 de Contador, mas será ele capaz de subir na classificação e ganhar o tempo perdido?


9.      Quedas e desistências. Pozzovivo vinha para o Giro para tentar pelo menos um top5. O sonho caiu por terra quando na etapa 3 cai numa descida, ficando muito mal tratado. Está bem e isso é o que interessa, mas fez-nos sofrer durante instantes e lembrar a morte de Wouter Weylandt numa queda “semelhante”. Etapa 6 fica marcada por um espectador a causar um acidente gravíssimo, obrigando a desistência de Daniele Colli, e a uma especulação tremenda a volta de Alberto Contador devido ao envolvimento na queda e suposta deslocamento da clavícula. 

Sem comentários:

Enviar um comentário