sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Entrevista ao Joni Brandão.



Quem segue habitualmente o nosso Facebook/Blog sabe que fazemos, com alguma frequência entrevistas a ciclistas portugueses, desta vez o entrevistado foi o Joni Brandão. O Joni é um jovem valor do ciclismo nacional, participou nas duas últimas edições da Volta a Portugal com a camisola da equipa nacional e corre pela equipa sub-23 Liberty Seguros/Santa Maria da Feira.
Desde já agradeço a disponibilidade.

1. Como começou no ciclismo? Foi influenciado por alguém ou foi por iniciativa própria?
Desde de pequeno que adoro andar de bicicleta e comecei a praticar ciclismo por iniciativa própria, mas também tive alguma influência de um tio meu e de alguns colegas.

2. A sua família sempre o apoiou no ciclismo, ou nem por isso?
Sim, desde sempre tive o apoio da família.

3. Qual a sua prova de eleição?
O Tour de France sem dúvida.     

4. Qual o título que mais gostaria de vencer na sua carreira?
O título de Campeão Olímpico, penso que é uma honra vencê-lo.

5. Qual foi para si a melhor corrida que fez?
A mais recente foi a Volta Portugal do Futuro em 2010, onde alcancei o 2º lugar da geral individual.

6. A seu ver qual a importância da sua comparência na Selecção Nacional na Volta a Portugal em termos de carreira?
A minha comparência na Selecção Nacional foi muito importante, visto que durante todo o ano competitivo não surge nenhuma corrida do mesmo nível. Penso que neste tipo de corridas como é a Volta a Portugal, é que o ciclista pode mostrar o seu valor.

7. Ficou insatisfeito com a sua prestação na Volta a Portugal?
Não, pelo contrário até fiquei satisfeito. Em parte atingi os meus objectivos para esta 73ª Volta, mas caso não fosse a lesão no joelho teria provavelmente atingido todos os meus objectivos.

8. Tendo já participado em duas voltas a Portugal, quais foram as principais diferenças que notou do ano passado para este ano?
Em relação à Volta em si penso que em quase todos os aspectos como a nível da organização, de público, de todo o meio envolvente, continua da mesma forma do ano passado, mas em relação ao nível da Volta, considero que no ano passado esta tinha mais nível.
Como ciclista, notei que este ano eu tinha mais endurece e uma maneira diferente de encarar o dia-a-dia na Volta.
Recebendo o prémio da Combatividade (Volta a Portugal 2011).

9. Qual o momento mais difícil na Volta?
Foi na etapa Covilhã – Sertã, que a faltar 15 km para a meta descolei do pelotão pois não conseguia dobrar o joelho, que mais tarde foi-me diagnosticado uma lesão no tendão rotuliano.

10. Qual o balanço destas duas Voltas a Portugal?
Na minha opinião estas duas Voltas tiveram um balaço positivo, uma vez que ainda sou jovem e sem ter feito nenhuma Volta com tantos dias, consegui ter evidência em ambas. Mas penso que ainda posso fazer melhor pois tenho muito para aprender como ciclista.

11. Na Volta a Portugal do ano passado esteve duas etapas com a liderança da juventude, e acabou por ficar em quarto. Isso acabou por lhe dar alguma força extra para o resto da carreira?
É sempre motivante fazer a primeira Volta a Portugal e vestir a camisola da juventude nem que fosse só duas etapas. Penso que esse resultado me deu outra confiança para a minha carreira.

12. Quais os seus objectivos para a Volta a Portugal do Futuro? E da equipa?
A seguir à 73ª Volta a Portugal estive uma semana e pouco parado com uma lesão no joelho direito, começando só há dias a treinar. Dado isto não sei ao certo como vou estar fisicamente, por isso não defini objectivos mas quero ajudar a minha equipa a chegar à vitória da Volta a Portugal do futuro.

13. Como vê o ciclismo actualmente, numa altura em que te falta apenas um ano para subir para o escalão Elite?
O ciclismo actualmente atravessa uma crise como o nosso país, mas penso que esta modalidade voltará a crescer, não referindo que seja já nos próximos anos.

14. Esta época já saiu uma notícia sua a dizer que poderia abandonar o ciclismo no próximo ano, qual foi o motivo desse desagrado com a modalidade, ao ponto de pensar no abandono?
Foi um simples desabafo de final de corrida, mas é a pura da verdade. A crise que atravessa o ciclismo não dá para ganhar dinheiro suficiente para construir uma vida. Não se pode só gostar da modalidade. Quando se chega a uma certa idade, pensa-se em algo mais e numa vida melhor. Sendo assim se para o próximo ano não tiver equipa profissional é provável que abandone a modalidade.

15. O que está a pensar fazer no final desta época?
Ainda não pensei nisso, neste momento só penso em acabar a época e depois logo se vê.

16. Quais as perspectivas de futuro que vê para si e para os jovens que virão a seguir a si visto que a modalidade atravessa as dificuldades que todos sabemos?
Actualmente vivemos momentos de incertezas no ciclismo, sempre com a falta de equipas, principalmente profissionais, mas como já referi anteriormente o ciclismo voltará a crescer, por isso os mais jovens que lutem por um bom futuro.

17. Lembra-se do primeiro autógrafo que deu? Teve alguma influência em si?
O primeiro autógrafo que dei foi no Tour de L'avenir pela Selecção Nacional, mas não teve grande influência em mim, como sendo o primeiro fica sempre marcado.

18. A nível nacional tem algum ciclista como referência? E a nível internacional?
A nível nacional é o ciclista Rui Sousa e internacional o Lance Armstrong.

19. Qual o maior objectivo da sua carreira?
O meu maior objectivo da minha carreira é fazer parte como ciclista numa equipa Pro-Tour.

20. Qual foi a pergunta que nunca lhe fizeram? E qual seria a resposta?
Penso que já me fizeram todas as perguntas imagináveis.

21. Como se descreveria pessoalmente? E como ciclista?
Pessoalmente, sou uma pessoa honesta, amigo dos meus amigos, simples e lutador. Como ciclista penso que sou completo, mas ainda tenho que melhorar/aperfeiçoar alguns pontos.

Joni Brandão a esquerda, Luís Afonso a direita.

Como já é norma neste tipo de entrevista, fomos falar com quem conhece o ciclista pessoalmente, desta vez quem nos ajudou foi o Luís Afonso.


Como conheces-te o Joni?
Conhecemo-nos na escola.

Qual a relação que manténs com o Joni?
A minha relação com o Joni é boa, amigos dentro e fora da bicicleta.

Qual a sua opinião sobre o Joni como pessoa? E como profissional?
O Joni é uma pessoa simpática e reservada, é um bom amigo e um bom profissional.

Muito obrigado Luís pela ajuda.
Muito obrigado também a quem, mais uma vez enviou perguntas, quando surgiu a ideia de entrevistar ciclistas foi para tentar aproximar os praticantes dos fãs.
Por fim, muito obrigado Joni, boa sorte para a Volta a Portugal do futuro.

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