Entrevista ao Sérgio Ribeiro.

Como já todos sabem, no nosso blog há um espaço para entrevistas com ciclistas, uma já foi publicada com o Sandro Pinto.

Desta vez o corredor a ser entrevistado despensa apresentações, Sérgio Ribeiro, Barbot-Efapel.

O Serginho é um dos grandes nomes do pelotão nacional, um dos melhores sprinters portugueses na actualidade.

1- Sempre gostou de ciclismo ou a entrada para a modalidade foi sugerida por alguém?

Sempre tive uma paixão por o ciclismo, mas a entrada para a modalidade foi devido ao meu vizinho Pedro Soeiro ser ciclista e eu todos os fim de semana via-o a ir sempre para as corridas e aquilo mexia comigo, então quando ele trazia taças ou medalhas, eu também queria ter taças e medalhas como ele, ai comecei a dar umas voltas e a entrar em competição.

2- Como era quando era cadete no ciclismo e como treinava e eram as suas provas?

Em cadete era uma ciclista super normal, levava o ciclismo numa brincadeira e treinava penso eu 2 a 3 vezes por semana com o meu pai, e quando ele podia, pois ele não queria que me mata-se muito nessa idade.

3- Sempre foi apoiado por familiares e amigos para seguir com o ciclismo como profissão?

Sim a minha família foi sempre o meu pilar sempre me apoiaram bastante e sempre me deram todo apoio que qualquer atleta precisa, tanto nos bons como nos maus momentos.

4- Se pudesse neste momento voltar atrás na vida sabendo o que sabe voltaria a entrar para o ciclismo?

Sim entrava na mesma no ciclismo, é uma modalidade que apesar de ser muito desgastante, gosto bastante e que me da bastante prazer em ser ciclista.

5- Eu gostava de saber quanto ganha um ciclista profissional no inicio da carreira, a meio, e no topo?

Bem um ciclista profissional no seu mínimo ganha 1000 euros, é o mínimo estabelecido por lei.

No meio ou topo e muito difícil de responder depende da situaçao que esteja o ciclismo mas e muito difícil responder a essa pergunta em concreto.

6- O que acha do ciclismo da actualidade?

Esta um ciclismo muito mau.

Esperamos que melhor mas…..

7- De todos os ciclistas da sua equipa qual o que dá mais valor?

Dou valor a todos, mas devido a carreira profissional e a pessoa em si, admiro bastante do Rui Sousa e uma pessoa super simples e esta pronto ajudar sempre os seus colegas de equipa.

8- Com este tempo que tens em competição, que ainda e pouco, como avalias o estado da tua equipa Barbot-Efapel?

A equipa da Barbot-Efapel tem estado muito bem em todas as competições que temos entrado, é uma equipa com grandes valores e que tem uma voz de comando muito forte, e que toda a gente respeita as suas ordens tanto dentro do carro de apoio como é o caso do nosso director desportivo Carlos Pereira, que é quem manda, como o nosso “Capitão” dentro de corrida, Rui Sousa, são 2 pessoas que sabem criar um grupo forte e unido e a prova esta nas corridas que temos feito.

9- Quais os principais objectivos desta época?

Primeiro quero estar bem na Vuelta a Castilha Leon mas principalmente na Volta as Asturias e depois no mês de Maio as corridas que poder aproveitar ao máximo a forma aproveito, depois desse período é pensar só na Volta a Portugal que ai sim, é o meu e da equipa, o objectivo principal da época.

 10- Qual a vitoria mais importante da sua carreira e porque essa foi a mais importante?

Chegada a Nossa Sr. da Assunção Volta a Portugal 2010.

Foi a mais importante porque foi a minha primeira vitória em plena Volta a Portugal.

11- Se pudesse escolher um momento em toda a sua carreira para voltar a viver qual seria?

Sem duvida a anterior Volta a Portugal.

Foi uma Volta a Portugal espectacular a nível pessoal, pois consegui por a primeira vez estar em grande forma, na maior prova de ciclismo que se realiza em Portugal, coisa que ainda não tinha conseguido devido a vários azares (lesões) que me surgiam muito perto da Volta a Portugal. No ano passado fiz tudo diferente, dos outros anos, andei o ano mais tranquilo sem levar o corpo ao limite, pois o meu erro era esse todos os anos, queria estar bem em quase todas as corridas do ano e depois quando tinha de apertar a sério a nível de treino o corpo sentia o desgaste e as lesões apareciam na pior altura da época.

12- Até este momento tem muita coisa ganha, ainda tem algum objectivo que tivesse planeado que ainda não fosse cumprido?

Sim é verdade, graças a deus já tenho muitas corridas ganhas, corridas importantes como a Vuelta Castilha Leon Geral, a Volta Alentejo, Etapas na Volta a Portugal, a Geral por Pontos na Volta a Portugal etc…

Um dos objectivos que ainda não consegui, e gostava de não terminar a carreira sem conseguir é, em primeiro lugar ser campeão nacional de fundo e o outro é, vestir a camisola amarela na Volta a Portugal.

13 - Não há muitas pessoas que não o conhecem, pelo menos pessoalmente, para essas pessoas como se descreveria?

Se a coisa que não gosto e falar de mim próprio.

Mas já que me faz essa pergunta, eu acho que sou uma pessoa super normal e divertido.

No campo profissional, sou um ciclista bastante profissional que encaro cada desafio com ambição de conseguir o ultrapassar, luto sempre até as ultimas forças para conseguir os meus objectivos pessoais, e como colectivos, caso seja a situação.

14- Até hoje qual foi a pergunta que nunca lhe fizeram? E se não se importa poderia responder.

Não faço a mínima ideia já me fizeram tantas perguntas.

15- No início de carreira era apontado como um dos grandes valores do ciclismo, acha que desapontou?

Essa pergunta não é bem assim.

Eu nunca tive esse estatuto de jovem promessa muito por o contrario, sempre fui visto como um ciclista normal e já mesmo ganhando algumas corridas importantes (por o menos para mim) parece que a pessoas ligadas directamente ao ciclismo, mesmo assim me acham um ciclista super normal, não sei muito bem porquê, mas talvez seja por nunca ter tipo grandes cunhas para ir a uma selecção quando era mais jovem para me darem esse estatuto.

Mas sinceramente isso a mim não me incomoda nada pois esses tais jovens promessas, fenómenos, que se falava na minha altura de infância já não correm e eu ainda aqui ando, e mesmo agora mesmo fazendo épocas boas, não merecendo a confiança de um seleccionador nacional para representar Portugal em campeonatos do mundo, em que os percursos me são favoráveis, também já foi tempo de me irritar com tal situações, o que me importa mesmo hoje em dia é que equipa que eu represento me dá valor, confia nas minhas capacidades, e que eu continuo a dar muitas vitorias e alegrias como tenho feito ate aqui.

O nosso colega, e amigo, Sandro Pinto, é também amigo do Sérgio Ribeiro, e falamos com ele, para nos falar sobre ele.

Sandro Pinto: “O Sérgio é uma pessoa muito porreira, sempre disposto a ajudar, muito bem disposto e um bom ciclista.”

Em sorriso disse-nos, “É um chorãozinho.”

Gostava de agradecer a todos que participaram com perguntas, espero que da próxima sejam mais e ao Sandro pelo comentário.

Gostava também de agradecer ao Sérgio Ribeiro (Serginho como todos tratamos) pela disponibilidade mostrada em participar nesta entrevista, muito obrigado.