segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Entrevista com Samuel Caldeira.



Boa noite a todos.
Como já vem sendo habito, mais um grande ciclista foi entrevistado, desta feita foi o Samuel Caldeira.
Muito obrigado Samuel por a disponibilidade mostrada para responder as perguntas.
Muito obrigado também a quem enviou perguntas.
Mas vamo-nos deixar de agradecimentos e vamos passar para a entrevista.

Sempre gostou de ciclismo ou quando entrou para a modalidade foi influenciado por alguém?

Eu nunca liguei muito ao ciclismo em criança mas sempre adorei andar de bicicleta aliás foi dos meus brinquedos preferidos na minha infância, entrei no ciclismo por vontade própria.

Quando era jovem havia algum ciclista que te inspirava para as vitórias?
O ciclista que em jovem eu me inspirava era o Mário Cipolini.

Actualmente há algum corredor com que se identifique particularmente?
Não.

No pelotão nacional existem apenas 4 equipas, acredita que isto possa melhorar? Acredita que se possam formar mais equipas?
Eu acredito que no próximo ano em Portugal irá haver um pelotão com mais de 4 equipas. Pouco a pouco o ciclismo vai voltar a crescer em Portugal.

Qual é para si a maior competição, o Giro ou o Tour?
Para mim o Tour é a maior competição de 3 semanas mas de qualquer forma o Giro faz parte do sonho de realizar uma prova de 3 semanas.

Sonha com uma experiência em equipa estrangeira?
Sim.

Este ano na Volta a Portugal, na primeira etapa acabou por dar uma queda muito feia que o retirou do pelotão e o deixou com algumas escoriações. Se não fosse essa queda pensa que poderia ter feito um bom sprint final?
Sim a queda ao retirar-me do pelotão retirou-me também a possibilidade de sprintar na parte final, a queda logo no primeiro dia deixou-me um pouco em baixo pois eu ia com muita vontade e muito motivado para esta etapa pois era uma das poucas possibilidades em que podia discutir uma etapa ao sprint e acabei por cair e não poder discutir a etapa, mas com uma boa noite de sono a boa forma física estava de volta e a motivação estava em alta.

Quais era os objectivos pessoais para esta Volta? Foram de alguma forma cumpridos?
Os meus objectivos pessoais eram conquistar pelo menos uma etapa e esse objectivo não foi cumprido, mas antes estavam os objectivos da equipa e por vezes tinha que abdicar dos meus objectivos para trabalhar em prol da equipa e no final o objectivo da equipa foi conseguido e isso deixou-me feliz.

Qual o balanço pessoal da actual época? E colectivo?
O balanço actual até ao momento uma vez que a época ainda não acabou para mim a nível pessoal é que foi um ano de muito azar nunca tinha caído tantas vezes numa só época tantas quedas que algumas me retiraram a possibilidade de lutar por etapas. A nível colectivo foi fantástico pois conseguimos alcançar o objectivo que desde início nos centramos que foi vencer a volta a Portugal.

Se lhe pedissem para resumir a sua época me poucas palavras como a descreveria?
Um ano com muitos azares.

Foi companheiro de equipa de Cândido Barbosa, um grande sprinter, com experiência internacional. Aprendeu muito com ele?
O Cândido além de companheiro que foi é um amigo, e com ele aprendi muito tive pena de não ter podido continuar a ser colega dele por mais anos, ele ainda tinha muito a dar ao ciclismo e eu como colega saía a ganhar com a companhia dele.

Já li em alguns lugares, pessoas que o apelidam de “corajoso”, por causa do seu espírito, e de tentar sempre resistir as quedas de forma a continuar em prova. Acha que os ciclistas acabam por passar essa faceta de corajosos devido ao que passam durante as corridas?
Qualquer ciclista que tenha quedas e fique todo esfarrapado continue a etapa até ao final não deixa de ser corajoso pois na verdade é um acto de coragem.

Qual a melhor coisa que lhe aconteceu no ciclismo?
As boas amizades que tenho conquistado.

Qual a pior coisa que lhe aconteceu no ciclismo?
Colegas de profissão e amigos terem perdido a vida em cima da bicicleta.

Qual o melhor momento da sua carreira?
O melhor momento da minha carreira foi a participação do campeonato do mundo em 2010.

Qual a melhor chegada que já fez?
Todas as que cheguei em 1º lugar.

Qual o maior objectivo de carreira?
Chegar a uma equipa ProTour.

Como convive com os adeptos?
Convivo com os adeptos com muita alegria e bem-estar.

Qual foi a pergunta que nunca lhe fizeram, e gostavas de responder?
Não tenho.

Como se descreveria pessoalmente? E como ciclista?
Sou uma pessoa bem-disposta e gosto muito de estar na brincadeira, gosto de ser amigo. Como ciclista, sou um ciclista potente adapto-me bem a chegadas rápidas e quando estou bem consigo passar a média montanha.

Qual conselho daria a um aspirante a ciclista profissional?
Nunca deixe os estudos e faça sempre tudo para poder conciliar os estudos com os treinos e se por algum momento tiver que deixar algo para trás que seja a bicicleta e termine os estudos e mais tarde volte ao ciclismo com os estudos terminados.
Samuel de branco, Bruno Saraiva ao lado de vermelho.

Como vem sendo norma, falamos com outro ciclista para obter uma opinião pessoal sobre o entrevistado, desta vez o ciclista que cooperou com a entrevista foi o Bruno Saraiva.
Bruno, como conheces-te o Samuel?
Conheci o Samuel nas competições.

Qual a relação que manténs com o Samuel?
Apesar de ser adversário do Samuel, especialmente porque partilhamos de características idênticas (sprint), temos uma boa relação, mesmo fora da bicicleta!

Qual a sua opinião sobre o Samuel como pessoa? E como profissional?
O Samuel é um atleta muito dedicado e profissional, é humilde e com a qualidade que lhe é reconhecida, a cada ano que passa, é um ciclista mais importante para a modalidade pois tem vindo a ter uma boa evolução.
Muito obrigado Samuel Caldeira pela entrevista, muito obrigado por tudo. ;)
Obrigado também ao Bruno Saraiva pela ajuda e claro, muito obrigado a quem enviou perguntas.

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