Boa
tarde a todos.
É
com um grande orgulho que publicamos mais uma entrevista, no nosso blog. Desta vez
a nossa “vítima” foi o enorme Carlos Baltazar.
O
Carlos infelizmente abandonou as nossas estradas na presente época, mas não podíamos
deixar de prestigiar este grande ciclista, que era considerado por muitos, um dos
jovens valores do pelotão nacional.
1-Sente-se frustrado por ter acabado desta maneira a
carreira?
Frustrado não, mas triste e desiludido sim, por me ver numa situação em que fui obrigado a desistir. Simplesmente “cortaram-me” as pernas.
Frustrado não, mas triste e desiludido sim, por me ver numa situação em que fui obrigado a desistir. Simplesmente “cortaram-me” as pernas.
2- Acha que poderia vir a ter um lugar numa equipa de ProTour, caso tivesse um
empresário?
Isso é muito vago, ninguém pode prever a 100% um caso desses, mas é óbvio que gostaria de lá ter chegado.
Isso é muito vago, ninguém pode prever a 100% um caso desses, mas é óbvio que gostaria de lá ter chegado.
3- Costuma pensar em voltar ao ciclismo?
Não, agora que abandonei não penso em voltar, com as condições que há, não é nada sedutor ser ciclista.
Não, agora que abandonei não penso em voltar, com as condições que há, não é nada sedutor ser ciclista.
4- Está arrependido de ter deixado o ciclismo?
Não, felizmente isso ainda não aconteceu, nem acredito que venha acontecer…
Não, felizmente isso ainda não aconteceu, nem acredito que venha acontecer…
5- Gostava de voltar, caso o salário fosse maior?
Não, porque mesmo que fosse maior, não ia deixar de ser um salário baixo.
Não, porque mesmo que fosse maior, não ia deixar de ser um salário baixo.
6- Já te sentiste frustrado por víveres tão longe da sede da tua ex-equipa?
Não, sinto-me mais frustrado pelas atitudes das pessoas.
Não, sinto-me mais frustrado pelas atitudes das pessoas.
7- Gostava de fazer parte de um projecto de ciclismo de formação na região onde
vive?
Não é algo que me fascine, muito sinceramente.
Não é algo que me fascine, muito sinceramente.
8- Como está a sua vida neste momento?
Entrei numa nova fase, emigrei e as coisas começam a ter rumo.
Entrei numa nova fase, emigrei e as coisas começam a ter rumo.
9- Qual foi o momento mais feliz e o mais triste da sua carreira?
Houve vários momentos felizes, não há nenhum em especial. O mais triste foi ter de abandonar a carreira.
Houve vários momentos felizes, não há nenhum em especial. O mais triste foi ter de abandonar a carreira.
10- Qual a sua opinião quando comparamos o ciclismo de antigamente com o atual?
Eu não vivi o ciclismo de antigamente, só conheço ele de boca. Agora o ciclismo atual, é um ciclismo muito pobre, infelizmente…
Eu não vivi o ciclismo de antigamente, só conheço ele de boca. Agora o ciclismo atual, é um ciclismo muito pobre, infelizmente…
11- Qual foi a sua primeira equipa e quando começou?
Grupo desportivo de Lousa, comecei em 2003, se não estou em erro.
Grupo desportivo de Lousa, comecei em 2003, se não estou em erro.
12- Como apareceu o ciclismo na sua vida?
Desde miúdo que andava muito de bicicleta, daí nasceu a vontade de querer ser ciclista.
Desde miúdo que andava muito de bicicleta, daí nasceu a vontade de querer ser ciclista.
13- Pensa que a “crise”, acaba também por servir um pouco de desculpa em alguns
casos?
No meu caso foi, sem dúvida. Está há vista, caso contrário não se faria mais contratações…
No meu caso foi, sem dúvida. Está há vista, caso contrário não se faria mais contratações…
Da esquerda para a direita: António Amorim, Carlos Baltazar, César Fonte. Foto de Ana Saraiva (já entrevistada). |
14- Foi difícil chegar a elite?
No meu caso foi, por vários factores.
No meu caso foi, por vários factores.
15- Quando sabia que teria largos quilómetros na frente do pelotão, a fazer as
despesas da corrida, quais eram os pensamentos que tinha?
Dar o meu máximo em prol da equipa, esse sempre foi o meu pensamento, simplesmente dar tudo e não pensar um bocadinho que fosse em mim, acho que os meus colegas tinham essa noção.
16- Tens boas recordações do ciclismo?
Claro que sim, passei bons momentos no ciclismo, sem duvida!
Dar o meu máximo em prol da equipa, esse sempre foi o meu pensamento, simplesmente dar tudo e não pensar um bocadinho que fosse em mim, acho que os meus colegas tinham essa noção.
16- Tens boas recordações do ciclismo?
Claro que sim, passei bons momentos no ciclismo, sem duvida!
17- Como se sente quando ouve pessoas importantes na modalidade falarem sobre
si, como um valor que infelizmente abandonou a modalidade?
Eu não ouço ninguém falar em mim, desliguei do ciclismo, simplesmente não acompanho nada.
Eu não ouço ninguém falar em mim, desliguei do ciclismo, simplesmente não acompanho nada.
18- Sente que o público sente a sua falta na estrada?
Claro que não, há por aí tantos ciclistas…
Claro que não, há por aí tantos ciclistas…
19- A sua família sempre o apoiou no seu objetivo de se tornar ciclista
profissional?
Apoiou, mas a nível financeiro sempre tive de ser eu a suportar tudo.
Apoiou, mas a nível financeiro sempre tive de ser eu a suportar tudo.
Como
vem sendo norma, pedimos a opinião a alguém que privou com o ciclista
convidado, desta vez quem nos “ajudou” foi o Rui Vinhas.
Rui Vinhas à esquerda, Carlos Baltazar à direita. Fotografia de João Fonseca. |
Como o conheces-te?
"Eu conheci o Baltazar (pessoalmente) no ano de 2009
em que os dois corríamos na mesma equipa."
Qual a relação que manténs com o Carlos?
"A relaçao que mantenho com ele e muito boa porque o Baltazar
foi uma pessoa na qual me enquadrei na perfeição."
Qual a sua opinião sobre o Carlos como pessoa? E
como profissional?
"Ele como pessoa e o melhor que pode haver no meio do
ciclismo uma pessoa quer esteja onde estivesse havia sempre alegria.
Como profissional acho muito competente ele nunca se negava a nada a que lhe era pedido. E para quem viu a volta a Portugal de 2011 acho que não terá outra coisa a dizer se não isso.
O ciclismo perdeu uma grande ciclista e um grandioso Homem."
Como profissional acho muito competente ele nunca se negava a nada a que lhe era pedido. E para quem viu a volta a Portugal de 2011 acho que não terá outra coisa a dizer se não isso.
O ciclismo perdeu uma grande ciclista e um grandioso Homem."
Não
podemos deixar de agradecer ao Carlos Baltazar pela disponibilidade, ao Rui
Vinhas por ter deixado aqui a sua opinião e aos nossos seguidores por terem
enviado perguntas.
Carlos,
boa sorte e que tudo te corra pelo melhor. Grande abraço.
Excelente corredor que não merecia este desfecho depois de tanto sacrifício em prol da sua equipa, sendo que foi graças a ele que muitas vezes o pelotão chegou agrupado ao final de etapas cuja vitória viria a ser conquistada pelo Sérgio. Parece-me um claro erro da equipa. Enfim...
ResponderEliminarBoa entrevista, obrigado!
Muito obrigado João. :D
ResponderEliminarÉ o país que temos, só há dinheiro para estádios de futebol, em tudo o resto têm de ser os atletas a suportar os custos.
ResponderEliminarInfelizmente hoje em dia ninguem dá valor a quem merece mas sim quem cai em graça do director desportivo e no caso do baltazar nao a margem para duvida,, pois so um lego e que nao ve o que vez nos 2 anos que foi profissional da barbot e nas 2 voltas a portugal nao deixaram qualquer margem para duvida, quer dizer pelos vistos a quem nao tenha visto e dado o devido valor caso contrario nao o deixariam "fugir" do ciclismo.
ResponderEliminarO Baltazar tem todas as razões para estar desiludido. Quem gosta e acompanha esta modalidade sabe muito bem as qualidades dele e o trabalho que ele sempre fez pela equipa.
ResponderEliminarRelativamente á entrevista acho que muita coisa ficou por explicar. Eu ainda hoje não consigo perceber o porque deste abandono, ele não merecia isto.
A resposta dele á pergunta nº13 diz muito e deixa muita gente a pensar...
Será que até no ciclismo existem "padrinhos"???? e que a qualidade do ciclista não conta???? Afinal onde estava a crise???
Para ti Baltazar, acho que devias ouvir o que as pessoas dizem de ti, e SIM sentimos a tua falta na estrada!
Sim Ana Filipa, ficaram algumas coisas por explicar sim, mas eu não quis entrar na parte pessoal do atleta, nem de qualquer modo fazer uma pergunta que fosse constrangedora para ele.
ResponderEliminarEspero que perceba isso.
São acontecimentos deste genero que me entristecem como Português que sou. Carlos Baltazar foi concerteza o ciclista com mais força física na volta de 2011 e que mais espetáculo deu e agora por causa dumas portagens tem que abandonar a modalidade, tanto se fala em formação e os espertos do ciclismo não conseguiram ver que Baltazar já estava bem formado talves até para vir a ser um dos melhores do ciclismo Português de todos os tempos. Isto se tivesse a ajuda duma equipa de ciclismo como deve ser, porque até aqui Carlos Baltazar foi o que foi à custa dele e assim é um grande diamante que fica com metade por lapidar. Obrigado Baltazar, tu até 2011 mostraste que podiam contar contigo, agora,infelizmente tu não podeste contar com os outros. Mais uma vez Obrigado Baltazar, o teu rolar na bicicleta foi regalo para os olhos dos amantes do ciclismo.
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