O jovem belga de 23 anos
Tiesj Benoot, da Lotto Soudal, foi o grande vencedor da Strade Bianche, prova
de 184km realizada hoje em solo italiano, marcada por 63km em gravilha,
distribuídos por 11 troços, que prometiam ataques e espetáculo.
A prova começou de forma
agitada com 10 homens a formarem a fuga após cerca de 40km, entre os quais,
Edvald Boasson Hagen (Dimension Data), Pierre Latour e Quentin Jauregi (AG2R),
Truls Korsaeth (Astana), Mark Padun (Bahrein), Valentin Madouas (FDJ), Sepp Kuss
(Lotto Jumbo) e Victor Campenaerts (Lotto Soudal). No entanto o pelotão nunca
os deixou ganhar muito avanço, tendo sempre a corrida controlada.
A cerca de 65km do final,
no setor 7 de gravilha, o pelotão e a fuga aceleraram e fragmentaram-se, com 3
corredores a ficarem na frente da corrida, Madouas, Latour e Jose Joaquin Rojas
(Movistar) que entretanto tinha saltado do pelotão, que agora se encontrava
extremamente reduzido.
Terminado o setor 7 e já
com o setor 8 à vista, 10 homens saltaram do pelotão e foram em busca do trio
da frente, entre os quais o vencedor do ano passado, Michal Kwiatkowski (Sky),
Alejandro Valverde (Movistar) e Wout Van Aert (Verandas). Ao chegar ao final do
setor 8, vários homens do grupo de trás colaram nos 13 da frente, incluindo o
campeão do mundo Peter Sagan (Bora) e Romain Bardet (AG2R). E foi o francês
que, sem perder tempo, lançou se ao ataque, levando consigo o belga Wout Van
Aert. A partir daqui a corrida ficou ainda mais descontrolada, com o duo da
frente a trabalhar bem e os vários grupos de trás demasiadamente descoordenadas
na tarefa de perseguir, o que provocou um rápido aumento da vantagem dos dois
fugitivos.
Sem que nada o esperasse,
Tiesj Benoot (Lotto Soudal) lançou se ao ataque levando consigo o seu
compatriota Pieter Serry (QuickStep), a pouco menos de 35km do final, sem
resposta dos outros homens do grupo em que seguiam. Aproveitando o facto de
estarem mais frescos que os homens da frente, os belgas recuperaram alguma da
desvantagem, que depois se estabilizou nos 40 segundos. Mais atrás não havia
entendimento na perseguição, que estava entregue apenas a Marcus Burghardt e o
grupo dos principais favoritos rodava a 2 minutos da frente.
A cerca de 15km do final,
Benoot lançou se em solitário, deixando Serry nas covas. Rapidamente o belga
chegou à frente e praticamente passou direto pelo duo que liderava a corrida.
Cá atrás, Valverde lançava-se ao ataque, seguido por Stybar, assim como um trio
da Bora, entre os quais, Peter Sagan, mas infelizmente para eles era tarde demais.
Benoot cavalgou em
solitário até à meta, vencendo com autoridade e tranquilidade. Em segundo,
ficou Romain Bardet após deixar o belga Wout Van Aert para trás na última
subida. O belga acabou em terceiro mas quebrou de forma monumental na última
subida, tendo mesmo feito alguns metros mais duros com a bicicleta na mão.
Valverde, com uma enorme recuperação, terminou em 4° e Peter Sagan na 8ª
posição.
Quanto aos portugueses,
José Gonçalves foi 27° a 9'46" de Benoot, sendo o melhor da Katusha.
Nélson Oliveira foi 46° a 19'27" e Nuno Bico não terminou a prova.
Top10 final:
1°) Tiesj Benoot (Lotto
Soudal) 5h03'33''
2°) Romain Bardet (AG2R)
+39"
3°) Wout van Aert
(Verandas) +58"
4°) Alejandro Valverde
(Movistar) +1'25"
5°) Giovanni Visconti
(Bahrein) +1'27"
6°) Robert Power
(Mitchelton) +1'29"
7°) Zdenek Stybar
(QuickStep) +1'42"
8°) Peter Sagan (Bora)
+2'08"
9°) Pieter Serry
(QuickStep) +2'11"
10°) Gregor Muhlberger
(Bora) +2'16"
Escrito por: Miguel
Simões
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