quinta-feira, 4 de junho de 2015

10 Momentos Mais do Giro.


Escrito por: Vasco Seixas

1)                     A supremacia de Contador
O camisola Rosa não deu quaisquer hipóteses à concorrência. Desde as primeiras etapas que foi perceptível o facto de o espanhol se encontrar num patamar acima de todos os seus adversários, mesmo com todos os azares (as quedas na primeira semana que apenas valeram para o susto, e na penúltima etapa onde um mau momento o fez perder uns minutos para os mais directos adversários). Contudo, a liderança e supremacia de Alberto Contador nunca foi posta em causa, tendo o espanhol dado um autêntico “Olé” aos demais aspirantes à Maglia Rosa.


2)                     O domínio cazaque
Astana, Astana e mais Astana. Uma coisa foi comum em todas as etapas deste Giro, em todas elas se via um pelotão liderado por quase toda a equipa. Este giro foi dominado completamente pelo azul celeste da equipa cazaque, uma grande demonstração de força como há muito não se via num grande volta.


3)                     A irreverência de Aru
O novo Pantini é siciliano! Aru, apesar da sua juventude, mostrou neste Giro (mesmo com alguns fraquejos principalmente na segunda metade da prova) uma enorme qualidade, sempre insistindo em tentar superar o imbatível Contador. Mesmo não tendo conseguido, deixou uma grande esperança futura ao povo italiano que pode aguardar por grandes conquistas deste jovem promissor.


4)                     A ascensão de Landa
Se calhar a maior surpresa deste Giro foi a grande exibição do basco, que fora o contra-relógio, demonstrou sempre uma qualidade extraordinária e constante. Apesar da sua reconhecida qualidade o espanhol não entrou para o leque de candidatos a top 10, todavia, e contra as melhores expectativas batalhou até a última com Contador pela conquista do Giro deste ano. Se Mikel Landa melhorar a sua prestação nos TT´s , poderá sair daqui um bom produto da Euskaltel-Euskadi. Teve escola, tem idade e está numa boa faculdade. Vamos acompanhar.


5)                     A dupla atacante Hesjedal-Kruijswijk
O canadiano da Garmin- Cannondale e o holandês da Lotto NL Jumbo, foram dois dos maiores animadores da edição deste ano do Giro. Não obstante de um mau começo, com uma 1ª semana quase para esquecer, dispararam na 2ªsemana com grandes exibições, sempre na ofensiva para delícia de todos os fãs de ciclismo que os viam etapa após etapa a batalhar na frente com todas as suas forças. Caso tivessem tido uma prova mais regular, quem sabe se não poderiam ter lutado pelo pódio e dado ainda mais emoção a este Giro.


6)                     Andrey “nada” Amador
Uma das grandes revelações da edição deste ano do Giro é o costa-riquenho que, contra todas as expectativas, se mostrou um ciclista tremendamente completo, de enorme qualidade, muito regular e sempre muito combativo. Numa equipa da Movistar com nomes secundários mas recheada de qualidade o costa-riquenho demonstrou ser um óptimo corredor de provas de 3 semanas e certamente que estará mais vezes na luta das mais importantes provas velocipédicas dos próximos anos.


7)                     A vitoriosa Lampre-Merida
1,2,3,4! Que grande Poker da formação italiana! Apesar de um elenco mais fraco face a outras equipas de menor qualidade teórica (menor ou maior?) e mesmo não conseguindo colocar um ciclista na luta pelo top 10, a equipa italiana demonstrou com as suas armas uma tremenda raça e crença na vitória. Nem sempre eram os favoritos a ganhar as etapas, mas nas 4 vitórias conseguiram superar de forma contundente todos os seus adversários. Desde as duas vitórias com o sprint do italiano Sacha Modolo, passando pela grande conquista numa dura etapa do jovem Jan Polanc, até à etapa do renascimento do promissor Diego Ulissi, a Lampre conseguiu demonstrar uma excelente imagem na sua prova predilecta!


8)                     O alpinista Visconti
Ufa! Foi o que terá dito o italiano Giovanni Visconti e toda a equipa Movistar quando tiveram a certeza, na penúltima etapa, que o basco Landa não iria conseguir ganhar a Maglia Azzura. Apesar da luta renhida, Visconti e acima de tudo a Movistar foram inteiramente merecedores da conquista desta camisola. A equipa espanhola demonstrou desde o início uma enorme vontade de ganhar esta classificação, primeiro com Beñat Intxausti e depois, na 3ª semana, com Visconti que, graças à sua boa prestação inicial na geral, às fugas em que esteve envolvido e apesar da grande concorrência com que se deparou, saiu deste Giro como o grande rei das montanhas!

9)                     O Incessante Nizzolo
Depois de uma Primavera muito pobre em resultados, e não tendo grandes perspectivas para lutar pela geral neste Giro, coube a Giacomo Nizzolo a difícil tarefa de lutar pela camisola dos pontos, e o italiano não defraudou as expectativas. Apesar não ter conseguido ganhar nenhuma etapa (um pouco de falta de sorte), esteve sempre na luta nos “sprint´s” das etapas mais planas e a acrescentar a isso foi o grande vencedor das metas volantes. Sempre que havia uma meta volante no início de uma etapa, era certo que teríamos o italiano na luta. Por todas a sua combatividade, luta e esforço Nizzolo foi sem sombra de dúvida um grande merecedor da Maglia Rossa.


10)                 A Armada Tuga

O último dos pontos de destaque é o desempenho dos portugueses em prova. Apesar de terem passado despercebidos, foram cruciais para os resultados das suas respectivas equipas que, por sinal, foram das que mais espectáculo proporcionaram. André Cardoso pela Cannondale-Garmin foi a grande ajuda do líder da equipa Ryder Hesjedal que deve muitos dos seus bons resultados ao grande apoio do português. Para além de ter sido um gregário de luxo, o André ainda conseguiu finalizar o Giro às portas do Top 20, em 21°, para além de ter conseguido o magnífico feito de ser considerado o 4º mais rápido deste ano a subir o difícil e mítico Mortirolo. O Sérgio Paulinho da poderosa Tinkoff, como nos tem acostumado, fez o típico trabalho invisível (mas sempre de grande qualidade) ajudando e muito à conquista da Maglia Rosa por parte do colega e amigo Alberto Contador. Por fim o estreante Fábio Silvestre da Trek pisou pela primeira vez os palcos de uma Grande Volta, e apesar não ter tido um Giro de grande valor, foi uma boa ajuda na conquista da camisola vermelha por parte do colega Nizzolo.

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