Foto: Gabriel Lucas |
Escrito
por: Marco Faria
No passado domingo, dia 19 de março, deu-se a
inauguração da clínica de Osteopatia do ex-ciclista Mário Costa e da sua esposa
Joana Rocha.
Mário Costa tornou-se profissional de ciclismo no ano
2008, ao serviço da formação do Benfica, no ano seguinte transferiu-se para o
projeto Barbot-Siper onde se manteve dois anos. Mas foi em 2011 o ano em que
tudo mudou, ao serviço do Louletano o ainda jovem corredor decidiu que estava
na altura de terminar a sua carreira após o campeonato Nacional de ciclismo,
onde obteve um excelente 2º lugar na prova em linha.
Foram dois anos dedicado à sua nova vida, à
Osteopatia!
Mas o bichinho continuou com ele, e em 2013 regressa
ao ciclismo profissional ao serviço da formação OFM-Quinta da Lixa onde fica
até 2014 para depois se transferir para a Lampre-Merida, formação WorldTour
italiana. Ao serviço da Lampre, Mário Costa participou em algumas das maiores
provas do Mundo -Volta à Suíça, Volta ao País Basco, Paris-Nice, Amstel Gold
Race, La Fléche Wallone,
Liège-Bastogne-Liège, Eneco Tour, Volta a Espanha, entre outras.
Agora aos 31 anos, decidiu colocar um ponto final na
sua carreira profissional e dedicar-se à sua outra grande paixão, a Osteopatia.
Como tal estivemos presentes na inauguração da sua clínica e decidimos fazer
uma pequena entrevista.
Ciclismo Mundial: Como foram estes últimos dois anos
ao mais alto nível no ciclismo?
Mário Costa: Foram dois anos muito especiais, dois
anos em que vivi muitas experiencias novas, conheci outras culturas, outros
países, um ciclismo diferente com uma intensidade muito alta, foram dois anos
muito especiais.
CM: Abandonas o ciclismo para te dedicares a este
projeto. Porquê este abandono, não haviam propostas aliciantes no teu ponto de
vista?
MC: Não foi um caso de propostas. A vida assim o quis,
o projeto Lampre terminou, ia ser chinês mas à ultima da hora passou a ser Abu
Dhabi, a equipa sempre me disse que contava comigo mas na ultima da hora o novo
patrocinador disse que queria apenas um certo número de corredores e fiquei de
fora. Olhei para a vida com outros olhos, encarei aquilo que ela me queria dar.
No dia 26 de dezembro soube que não ia continuar no ciclismo, no dia 27 comecei
a procurar uma loja e no dia 28 fiquei com esta. Encarei isto como uma
oportunidade que a vida me está a dar e vou agarra-la com todas as minhas
forças.
Foto: Paulo Martins |
CM: Ainda jovem abandonaste o ciclismo para te
dedicares à Osteopatia, dois anos mais tarde regressas à modalidade. Pensas que
podias ter feito as coisas de outra forma, sentes algum arrependimento da
decisão que tomaste?
MC: Essa é uma pergunta bastante profunda! Eu acho que
se isto aconteceu na minha vida foi porque tinha de acontecer. Regressei ao
ciclismo quando nunca pensei que iria regressar, fui mais feliz do que estava
em cima da bicicleta do que estava a ser e ainda bem que isso aconteceu porque
se neste momento tenho este projeto apenas 3 meses depois de sair do ciclismo
foi devido a essa fase também. Eu sou muito intuitivo e sigo aquilo que a vida
quer para mim, sempre fui assim e espero assim continuar.
CM: De que forma podemos contar com o Mário Costa e
com a OsteoNatura no ciclismo?
MC: Eu neste momento estou ligado à Federação
Portuguesa de Ciclismo na área de recuperação dos atletas. Os corredores
portugueses que vão à Seleção eu vou acompanha-los e penso que esse é o
contributo que posso dar ao ciclismo.
CM: Achas que é possível que estejas ligado a uma
equipa profissional no futuro como Osteopata?
MC: Já me surgiram propostas para isso mas neste
momento quero dedicar-me a este projeto porque fiz aqui um grande investimento
e as pessoas procuram-me e quero continuar a ajudar aqueles que precisam de
mim. As pessoas procuram-me porque sentem dor e quero ajuda-las a ultrapassar
essa dor. Acho que nasci para isto!
CM: (Em tom de brincadeira perguntamos ao Mário)
Quando vamos ter o prazer de estar presentes na inauguração de uma nova clinica
OsteoNatura?
MC: (Risos). Para já este espaço é o suficiente, mas a
vida dá muitas voltas e quando menos esperamos podemos estar em outro sítio.
Devemos seguir aquilo que a vida quer para nós.