terça-feira, 21 de março de 2017

Estivemos à conversa com... Mário Costa.

Foto: Gabriel Lucas

Escrito por: Marco Faria

No passado domingo, dia 19 de março, deu-se a inauguração da clínica de Osteopatia do ex-ciclista Mário Costa e da sua esposa Joana Rocha.

Mário Costa tornou-se profissional de ciclismo no ano 2008, ao serviço da formação do Benfica, no ano seguinte transferiu-se para o projeto Barbot-Siper onde se manteve dois anos. Mas foi em 2011 o ano em que tudo mudou, ao serviço do Louletano o ainda jovem corredor decidiu que estava na altura de terminar a sua carreira após o campeonato Nacional de ciclismo, onde obteve um excelente 2º lugar na prova em linha.

Foram dois anos dedicado à sua nova vida, à Osteopatia!

Mas o bichinho continuou com ele, e em 2013 regressa ao ciclismo profissional ao serviço da formação OFM-Quinta da Lixa onde fica até 2014 para depois se transferir para a Lampre-Merida, formação WorldTour italiana. Ao serviço da Lampre, Mário Costa participou em algumas das maiores provas do Mundo -Volta à Suíça, Volta ao País Basco, Paris-Nice, Amstel Gold Race,  La Fléche Wallone, Liège-Bastogne-Liège, Eneco Tour, Volta a Espanha, entre outras.

Agora aos 31 anos, decidiu colocar um ponto final na sua carreira profissional e dedicar-se à sua outra grande paixão, a Osteopatia. Como tal estivemos presentes na inauguração da sua clínica e decidimos fazer uma pequena entrevista.

Ciclismo Mundial: Como foram estes últimos dois anos ao mais alto nível no ciclismo?
Mário Costa: Foram dois anos muito especiais, dois anos em que vivi muitas experiencias novas, conheci outras culturas, outros países, um ciclismo diferente com uma intensidade muito alta, foram dois anos muito especiais.

CM: Abandonas o ciclismo para te dedicares a este projeto. Porquê este abandono, não haviam propostas aliciantes no teu ponto de vista?
MC: Não foi um caso de propostas. A vida assim o quis, o projeto Lampre terminou, ia ser chinês mas à ultima da hora passou a ser Abu Dhabi, a equipa sempre me disse que contava comigo mas na ultima da hora o novo patrocinador disse que queria apenas um certo número de corredores e fiquei de fora. Olhei para a vida com outros olhos, encarei aquilo que ela me queria dar. No dia 26 de dezembro soube que não ia continuar no ciclismo, no dia 27 comecei a procurar uma loja e no dia 28 fiquei com esta. Encarei isto como uma oportunidade que a vida me está a dar e vou agarra-la com todas as minhas forças.
Foto: Paulo Martins

CM: Ainda jovem abandonaste o ciclismo para te dedicares à Osteopatia, dois anos mais tarde regressas à modalidade. Pensas que podias ter feito as coisas de outra forma, sentes algum arrependimento da decisão que tomaste?
MC: Essa é uma pergunta bastante profunda! Eu acho que se isto aconteceu na minha vida foi porque tinha de acontecer. Regressei ao ciclismo quando nunca pensei que iria regressar, fui mais feliz do que estava em cima da bicicleta do que estava a ser e ainda bem que isso aconteceu porque se neste momento tenho este projeto apenas 3 meses depois de sair do ciclismo foi devido a essa fase também. Eu sou muito intuitivo e sigo aquilo que a vida quer para mim, sempre fui assim e espero assim continuar.

CM: De que forma podemos contar com o Mário Costa e com a OsteoNatura no ciclismo?
MC: Eu neste momento estou ligado à Federação Portuguesa de Ciclismo na área de recuperação dos atletas. Os corredores portugueses que vão à Seleção eu vou acompanha-los e penso que esse é o contributo que posso dar ao ciclismo.

CM: Achas que é possível que estejas ligado a uma equipa profissional no futuro como Osteopata?
MC: Já me surgiram propostas para isso mas neste momento quero dedicar-me a este projeto porque fiz aqui um grande investimento e as pessoas procuram-me e quero continuar a ajudar aqueles que precisam de mim. As pessoas procuram-me porque sentem dor e quero ajuda-las a ultrapassar essa dor. Acho que nasci para isto!

CM: (Em tom de brincadeira perguntamos ao Mário) Quando vamos ter o prazer de estar presentes na inauguração de uma nova clinica OsteoNatura?

MC: (Risos). Para já este espaço é o suficiente, mas a vida dá muitas voltas e quando menos esperamos podemos estar em outro sítio. Devemos seguir aquilo que a vida quer para nós.